Um corpo masculino, nu...
É uma revelação divina.
Um sopro angélico.
Tem linhas tenues e retas,
Formas objetivas diretas.
É um ar renovado.
É um mar agitado,
Uma pesquisa visual.
Traz coisas à mente.
É claro, é belo, é corpo.
Não esconde segredos.
Não guarda pudores.
Assume rochoso seus suores.
É pedra de talha,
Cinzel sem falha.
É árvore perene e alta,
De frutos maduros e húmidos.
Oferece seus frutos em cachos,
Com pele lisa e pelos.
Pecados, castigos e costas.
Penas, apêndices e pernas.
Verte seus néctares puros,
Nos nossos calices, bocas.
Tem cheiro de âmbar e vinho.
Tem marcas do tempo e da luta.
Tem aberturas secretas,
Por onde se penetra seus vales.
Líquidos mornos e densos.
Músculos graves e tensos.
Hálito, vento e vulcão.
Tocar-lhe as fontes escondidas,
Tirar-lhe o leite e o sumo.
É como um sacerdócio febril.
Um corpo masculino, nu...
É uma dádiva dos deuses.
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